O Dezembro Vermelho é o movimento de luta nacional contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis). Nesse sentido, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio do Programa de IST/Aids e Hepatites Virais, publicou uma nota de mobilização, recomendando que as Regiões de Saúde e secretarias municipais de Saúde realizem ações direcionadas à prevenção, diagnóstico e tratamento precoce.
Essas ações de mobilização são ainda mais importantes no contexto de chegada das festas de fim de ano, quando há uma tendência à maior exposição às práticas de risco, devido às situações de vulnerabilidade pelo uso do álcool ou por uma maior frequência de relações sexuais com parceiros eventuais e sem prevenção adequada.
Diante disso, o Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais chama a atenção para os riscos e consequências do sexo sem proteção, reforçando a importância do uso do preservativo, método mais seguro para prevenção das IST, como o HIV e a sífilis.
Cenário epidemiológico do RN
Com o objetivo de divulgar o cenário epidemiológico do HIV/Aids nas oito regiões de saúde do Rio Grande do Norte, o Programa Estadual publicou um novo boletim apresentando uma análise sobre os casos confirmados de infecção pelo HIV em adultos e crianças, de gestantes infectadas pelo vírus, de crianças expostas a ele, de aids em adultos e crianças e de mortalidade pela infecção, no período de janeiro de 2013 a outubro de 2024.
Entre 2013 e 2023, o RN apresentou 9.109 casos de infecção pelo HIV, 1.216 gestantes infectadas pelo vírus, 1.230 crianças expostas ao HIV, 6.575 casos de aids, 36 casos de aids em menores de 5 anos e 1.436 óbitos pela infecção.
No estado, em 2023, foram identificados 1.156 casos de infecção pelo HIV, 151 gestantes infectadas pelo vírus, 484 casos de aids e 115 óbitos pela infecção. Quando comparado ao ano de 2022, verifica-se um aumento de 18,6% na notificação de pessoas infectadas pelo HIV e de 8,6% no registro de HIV em gestantes.
Entre janeiro e outubro de 2024, foram registrados 879 casos de infecção pelo HIV, número superior ao observado no mesmo período de 2023, quando foram registrados 776 casos.
Uso da Profilaxia pré e pós-exposição
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), transmitida principalmente por meio da relação sexual desprotegida, afeta o sistema imunológico do indivíduo, enfraquecendo-o progressivamente, tornando o organismo mais suscetível ao desenvolvimento de doenças oportunistas. Quando não tratada, pode evoluir para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), estágio avançado da infecção pelo HIV.
Atualmente, existem medidas de prevenção da infecção pelo HIV que vão além do uso de preservativos internos e externos, como a Profilaxia de Pré-exposição ao HIV (PrEP) e a Profilaxia de Pós-exposição ao HIV e outros IST (PEP).
A PrEP consiste na utilização diária e contínua de antirretroviral por pessoas sexualmente ativas não infectadas, que apresentem contextos de risco aumentado de adquirir o HIV e que tenham 15 anos ou mais, com peso corporal igual ou superior a 35 kg. Além dessa estratégia, existe a PrEP sob demanda, que é indicada somente para homens cisgêneros e pessoas trans designadas como sexo masculino ao nascer que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol.
A PEP é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, às hepatites virais e outras IST, que consiste no uso de medicamentos, com início entre duas e 72 horas da exposição, para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista o risco de contágio, como relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), nos casos de acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico) e nas situações de violência sexual.
Confira aqui a lista dos serviços, que disponibilizam PrEP e PEP e acesse aqui o Boletim Epidemiológico HIV/AIDS do RN, volume 2 – 2024.