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Para enfrentar rombo fiscal, presidenciáveis discordam sobre aumento de impostos

Em meio ao índice de desemprego que atinge 12,4% dos brasileiros e o rombo de R$ 14 bilhões nas contas públicas apenas no primeiro semestre do ano, é certo que os candidatos à presidência da república serão muito cobrados em relação à soluções para a economia.

Henrique Meirelles propõe um tratado de livre comércio com a Europa para abrir mais o Brasil para o capital estrangeiro. O emedebista também sugere financiamentos habitacionais com maior participação do BNDES.

Já Guilherme Boulos, do PSOL, prega a retomada das obras públicas e uma participação estatal forte na economia. Ele critica a desoneração do setor privado.

De forma geral, os presidenciáveis tem dado destaque às reformas, principalmente a tributária e a previdenciária, como é o caso de Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Mas para o professor de ciência política do Insper, Fernando Schüler, os candidatos não são claros quanto à idade mínima e diferença entre homens e mulheres, por exemplo. A única certeza deve ser a equiparação entre setor público e privado. “Todos trabalharem o mesmo teto, que hoje é em torno de um pouco mais de R$ 5 mil, que é o teto do regime geral, e a partir daí você ter as previdências complementares. Você tem sistemas de capitalização que funcionam no plano internacional que precisam ser universalizados no Brasil para todas as carreiras, sejam do setor público, e também como já é hoje, como já funciona hoje, para os celetistas“.

Schüler afirma, porém, que as reformas devem desafogar as contas públicas apenas a longo prazo. Por enquanto, o aumento da tributação é uma das possibilidades vistas pelos presidenciáveis.

Ciro Gomes, por exemplo, propõe alterar a taxação sobre heranças. No Ceará, Ciro dobrou a taxa: de 4% para 8%. Já Geraldo Alckmin critica a quantidade de incentivos fiscais que o governo federal concede, mas sugere reduzir impostos de pessoas jurídicas.

Para o professor Fernando Schüler, elevar os impostos é uma tática arriscada. “Acho inviável politicamente que se faça aumento de carga tributária, acho que a sociedade não aceitará uma nova CPFM, acho muito difícil que o ajuste fiscal seja feito pelo lado da receita. Acho que não há mais espaço em um país que já tem uma carga tributária superior a 32% mais a dívida, então você tem a maior carga tributária da América do Sul, um estado muito grande que tem muita gordura para cortar“.

O professor do Insper afirma que melhorar marcos jurídicos para garantir mais segurança a investidores, quebrar monopólios como o da área da energia e investir em tecnologia e capacitação profissional podem ser saídas viáveis.

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