A um dia da votação no plenário da Câmara dos Deputados, governo e oposição ainda travam uma batalha junto a parlamentares indecisos com o objetivo de garantir os votos necessários tanto para barrar o processo de impeachment quanto para garantir que o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff seja aceito.
A presidente Dilma Rousseff, por exemplo, chegou a cancelar sua participação em um ato na manhã deste sábado com movimentos sociais contrários ao impeachment, que se autodeclaram “Movimentos Populares pela Democracia e Contra o Golpe”, para receber parlamentes no Palácio da Alvorada, residência oficial, e articular votos para derrotar o processo de afastamento.À frente do posto de articulador informal do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Brasília desde o início da semana, representou Dilma no evento. Assim como os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), os mais próximos da presidente na Esplanada, Lula tem conversado diariamente com parlamentares e dirigentes partidários para convencê-los a votar contra o impeachment.
“É claro que o nosso foco agora é conquistar os votos dos indecisos. E a nossa avaliação é positiva com a onda de indecisos que, gradativamente, tem se consolidado do nosso lado. Claro que este foco é também o foco da oposição, é uma pressão que eles também estão fazendo. Agora, o argumento é deixar nítido para os parlamentares e para toda a sociedade que impeachment sem crime de responsabilidade é golpe”, declarou ao G1 o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).