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Só reviravolta evitaria derrota de Dilma hoje / Oposição chega como favorita à votação decisiva na Câmara

Presidente Dilma Roussef - Foto: Divulgação
Presidente Dilma Roussef – Foto: Divulgação

Após intensa disputa pelo apoio de deputados federais nos últimos dias, governo e oposição afirmam ter os votos para vencer a guerra do impeachment. No entanto, os defensores do pedido de abertura de um processo de impedimento contra a presidente Dilma Rousseff chegam com favoritismo à batalha decisiva na Câmara. Só uma reviravolta surpreendente evitaria uma derrota de Dilma hoje.

Na sexta e no sábado, o governo conseguiu, de fato, furar a onda crescente pró-impeachment. Mas a reação dos aliados do vice-presidente Michel Temer levou o PMDB a contabilizar, na noite de sábado, 360 votos razoavelmente assegurados a favor relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

A deterioração da relação entre a presidente e o vice, que entraram pessoalmente na busca por suporte na Câmara, é o retrato do erro de Dilma em relação ao PMDB. No final do primeiro mandato, a presidente dizia a auxiliares que desejava “enquadrar” o partido aliado para o segundo governo.

Embarcou na aventura de tentar, via PSD e PROS, criar um contraponto ao PMDB no Congresso que resultou num naufrágio político: a eleição de Eduardo Cunha para comandar a Câmara em fevereiro de 2015. Hoje, ela pode perder o poder justamente para os peemedebistas que desejou acuar.

Segundo o jornalista Kennedy Alencar, os equívocos cometidos pela presidente foram listados em informações, análises e opiniões registradas no blog. Qualquer que seja o resultado da votação de hoje, seria importante que Dilma, o ex-presidente Lula e o PT fizessem uma autocrítica para compreender como puderam errar tanto para chegar à situação em que se encontram, ameaçados de perder o poder.

Dilma combinou crises política e econômica. Na longa lista de tropeços, a destruição da política fiscal é um dos que cobram um dos preços mais altos do país.

Ironicamente, a presidente poderá ser a grande primeira vítima política da Lava Jato, fator que desestabilizou seu governo nos últimos dois anos e com o qual ela preferiu lidar com se sua honestidade pessoal a tornasse inatingível. Um Congresso cheio de políticos que respondem a processos ou inquéritos de corrupção e que estão interessados em escapar da Lava Jato poderá derrubar uma presidente sobre a qual não há, até hoje, nenhuma investigação formal.

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