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UFRN completa 58 anos em busca de inclusão, interiorização e excelência

UFRN completa 58 anos em busca de inclusão, interiorização e excelência
UFRN completa 58 anos em busca de inclusão, interiorização e excelência

A Universidade Federal do Rio Grande (UFRN) completou neste sábado, (25), 58 anos de serviços prestados à população potiguar. Criado no governo do seridoense e Dinarte de Medeiros Mariz, esse patrimônio público tem entre seus mentores Luis da Câmara Cascudo, Januário Cicco e Onofre Lopes da Silva, este último seu primeiro reitor.

Em mais de meio século a instituição evoluiu em área física, oferta de cursos e alcançou respeitabilidade na comunidade científica nacional e internacional – nessa última se sobressaindo na área de Física Aplicada. 50% dos 42 mil alunos do ensino presencial e a distância são egressos de escolas públicas; 90% do corpo docente são doutores e mestres e a instituição consta entre as melhores em rankings nacionais e continentais. Possui campi em Natal, Macaíba, Santa Cruz, Currais Novos e Caicó, além de 21 Polos de educação a distância.

No artigo UFRN – um bem de todos, publicado na edição de domingo último, 26, do jornal Tribuna do Norte, a reitora Angela Maria Paiva Cruz faz um breve retrospecto da evolução da UFRN e agradece a cada um que ajudou a construir essa história.

Leia o artigo abaixo:

UFRN: um bem de todos
Ângela Maria Paiva Cruz
Reitora da UFRN

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) chega aos seus 58 anos jovial e robusta como qualquer ente que amadurece com o tempo. Jovial em relação às primeiras congêneres históricas, algumas com mais de mil anos, ou à primeira universidade brasileira, de 1912. Antes, só havia escolas médicas e de engenharia militar, estabelecimentos portugueses para a aristocracia colonial.

É certo que nossa missão inicial, de ofertar ensino superior de qualidade, já ultrapassava o ensino de 3º grau por não se restringir à praticidade do dia-a-dia. E assim permanecemos até meados dos anos 90 do século XX: fazendo ensino e realizando extensão, contexto no qual se destacou o CRUTAC, instalado nos municípios de Santa Cruz e Santo Antônio, que serviu de modelo de prática de formação e extensão em âmbito nacional e para fora do país.

Presente em um estado pequeno do Nordeste do Brasil, a UFRN investiu na titulação do corpo do docente e mais de 90% são mestres e doutores. Essa condição mudou radicalmente o perfil da UFRN, hoje carinhosamente apelidada de “universidade da pesquisa”, pelo fato de realizar 90% da pesquisa do RN. Olhando-se os rankings dos últimos anos pode-se dizer “estamos bem na fita”, já que a instituição figura entre as melhores do Norte e Nordeste brasileiros e entre as 104 melhores da América Latina. Tais conquistas devem-se, muito, à pesquisa e à inovação, incorporadas nas últimas décadas. Melhor ainda é sabermos que 50% dos 42 mil alunos do ensino presencial e a distância são egressos de escolas públicas. Assim, tornamo-nos também uma das instituições públicas de ensino superior mais inclusivas.

Nesses 58 completos no dia 25 de junho, a UFRN comemora a realização do sonho de muitos potiguares, como Câmara Cascudo e Januário Cicco, os primeiros mentores junto com Onofre Lopes da Silva, este último também o primeiro reitor. Mas comemora-se, também, a evolução institucional. Daquela casa branca na Av. Hermes da Fonseca, em frente à Escola Doméstica de Natal, onde funcionou a primeira Reitoria, somos hoje UFRN na capital, Natal, em Macaíba, Santa Cruz, Currais Novos e Caicó, no interior do estado, sem falar nos 21 Polos de Educação a Distância. Só o conjunto de edificações do campus central ocupa 32,57 ha dos 122,15 ha no Bairro de Lagoa Nova. É o nosso maior campus e corresponde a 22 arenas das Dunas, com 6,60 ha do espaço destinados à preservação ambiental. Somos centros acadêmicos, institutos, escolas e fazemos da educação infantil ao ensino técnico, tecnológico e superior sem perder qualidade.

Ambicioso, como criá-la em pleno ano de seca, é o projeto para a nova UFRN que se avizinha daqui a dois anos, quando completará 60 anos. Como foco, a perspectiva de novas políticas educacionais para a juventude potiguar, principalmente aqueles 33% que precisam ingressar na universidade (na faixa de 18 a 24 anos), conforme prevê o Plano Nacional da Educação (PNE). De certo, uma nova linha divisória na história da instituição, tal o Projeto de Reestruturação das Universidades Federais Brasileiras (REUNI) 08 anos atrás. Falamos de novos modelos formativos, como a formação por ciclos dos bacharelados interdisciplinares; de inovação na gestão pública; de uma forte presença no interior por meio de expansão de cursos, da formação de médicos e da pós-graduação; do empreendedorismo e da inovação. São formas desta universidade pública servir mais e melhor à sociedade potiguar, mas também caminhos que nos levaram à excelência alcançada pelas grandes instituições de ensino superior.

Os desafios são muitos e fazem a UFRN se reinventar a cada dia. Contudo, não é plausível vislumbrarmos uma nova UFRN sem que façamos uma meia volta ao passado institucional. Poucos se foram, como Dinarte Mariz, governador que acreditou nos ideais dos fundadores. Felizmente, outros construtores dessa instituição continuam bem perto de nós, sempre disponíveis ao nosso chamamento. Alguns em salas de aula, laboratórios, na gestão institucional dentro ou fora da UFRN. É o caso dos ex-reitores Diógenes da Cunha Lima, Genibaldo Barros, Daladier da Cunha Lima, Geraldo Gueiroz, José Ivonildo do Rêgo, Ótom Anselmo.

Todavia, neste momento nos vem à cena a contribuição histórica das categorias que tecem essa comunidade universitária. A ADURN (atualmente sindicato dos docentes), o Sintest e a ATENS, representações dos técnicos, e o DCE, dos estudantes. Dos consensos ou contestações ficaram marcas de todos eles nesta casa de saberes, patrimônio público e bem maior do povo potiguar.

A nós, que há cinco anos conduzimos esse processo de amadurecimento institucional e, porque não dizer, de ruptura com modelos de educação pública superior brasileira concentrados em privilégios da classe dominante e excludente para grande parte da população, juntamente com a equipe multidisciplinar do staff e voluntariosa nesse momento de fragilidade política e econômica brasileira, enxergamos algumas incertezas quanto a educação como política de estado. Por isso, nos pautamos pelo planejamento estratégico para viabilizar o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e nos ancoramos firmemente em políticas de inclusão social, expansão com qualidade, interiorização e internacionalização, para que apesar das diferenças e com respeito à diversidade, venhamos a comemorar em 2018, junto com a sociedade norte-rio-grandense e científica brasileira, seis décadas de trabalho voltado para o desenvolvimento social, econômico e humano do Rio Grande do Norte.

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