Com o Rio Grande do Norte ocupando a 20ª colocação no ranking da pesquisa sobre transparência na segurança, o subtenente e vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio Grande do Norte (ACS-PM/RN), Eliabe Marques, faz alerta para a situação do RN ser um retrato da violência vivida no Estado.
A pesquisa utiliza sete critérios de transparência, dentre eles estão a atualização dos dados nos sites das secretarias de Segurança Pública até 2023, o detalhamento desses dados por bairros ou municípios e o quantitativo dos números de letalidade. O RN, no entanto, cumpriu apenas com quatro dos sete requisitos.
De acordo com o subtenente, o resultado da pesquisa mostra o que o cidadão potiguar está vivendo no dia a dia.
“Existe uma carência e uma necessidade de investimento em inteligência e investigação policial. Pois a falta dessas ações têm gerado a impunidade que tem retroalimentado o crime e a violência no nosso Estado”, disse Eliabe.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte (SESED/RN), mensalmente é disponibilizado, por meio da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (COINE), um relatório com os dados estatísticos que contém a divulgação dos indicadores de violência e criminalidade no RN, bom como a letalidade policial em cumprimento à decisão internacional da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
No entanto, Eliabe aponta que a precariedade em investimentos referente à estrutura na questão de inteligência e falta de efetivo, gera impunidade.
“O Rio Grande Norte é um dos menores efetivos do país. Para você ter uma ideia, a polícia civil, que deveria ter 5.150 policiais, tem pouco mais de 1.200. E a polícia civil é responsável pela investigação. Se o crime acontece e a polícia que investiga não tem as devidas condições, isso vai contribuir para o aumento da violência, porque vai gerar impunidade, alguém está cometendo crimes em cadeia sucessivamente, está sendo reincidente”, pontuou Eliabe.
AgoraRN