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Exportação de pescado no RN aumenta mas tem potencial para crescer mais, diz Sindipesca

exportação de pescado Setor de pesca vê potencial de crescimento exponencial na possibilidade de exportar pescado potiguar - Foto: José Aldenir / AGORA RN
Setor de pesca vê potencial de crescimento exponencial na possibilidade de exportar pescado potiguar - Foto: José Aldenir / AGORA RN

Com extensa faixa litorânea, o Rio Grande do Norte tem no mar uma das formas de gerar riqueza ao estado. Dados da plataforma Mais RN Digital, da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), apontam crescimento na exportação de pescado, segundo as estatísticas mais recentes disponíveis. Mas especialistas do segmento apontam que este comércio pode crescer nos próximos anos, principalmente visando o mercado externo. Entre eles, a União Europeia, que de acordo com a Fiern, não compra o pescado nacional por questões sanitárias. 

Em 2021, segundo a plataforma da Fiern, foram 3.393 toneladas de peixe exportados para todo o mundo. O número é superior às 1.868 toneladas de 2020 e também às 2.574 toneladas de 2019. Segundo a plataforma, a exportação de peixes no RN gerou em torno de US$ 28,3 milhões – cerca de R$ 140 milhões, considerando o câmbio desta quinta-feira. Comportamento se repete para atum, lagosta e camarão, que apresentaram incremento nos números durante os mesmos períodos. O número de lagostas exportadas mais do que dobrou no RN. Em 2021, foram 404 toneladas, contra 197 toneladas de 2020 e 158 em 2019. 

Algo que chama atenção é o camarão que em 2021 teve 18 toneladas exportadas pelo Rio Grande do Norte, ao contrário dos anos anteriores em que não houve registro de exportação. Esta informação foi checada pela reportagem e confirmada pela Federação das Indústrias do RN. “O que a gente escuta do setor é que o Brasil não tem competitividade. Também tem o custo-brasil. E o mercado interno tem absorvido a produção”, apontou Luiz Henrique Guedes, responsável técnico do Centro Internacional de Negócios da Fiern.

Exportação de pescado tem potencial para crescer

De acordo com Gabriel Calzavara, presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN), afirma que o mercado da pesca no estado tem o potencial de crescer de forma exponencial.

“Depende de alguns fatores que o aumento da nossa produtividade com a inovação tecnológica que a gente está tentando buscar. Dar um salto em algumas soluções tecnológicas para a nossa frota. Como aprofundar o espinhal para atingir áreas de captura onde estão mais concentrados os atuns. Isso é uma das tecnologias. A outra é poder condicionar a bordo peixes a -60°C, podendo manter as mesmas condições naturais por mais tempo e conseguindo melhorar a condução e a coordenação dos produtos no mercado internacional”, disse.

O atum, por ezemplo, teve 1.446 toneladas exportadas em 2021 – e gerou um faturamento de US$ 10,5 milhões – índice maior que as 821 toneladas de 2020 e as 1.351 toneladas de 2019. Calzavara aponta motivos que podem ajudar a enriquecer o volume de exportação do peixe. “Melhorar a qualidade do peixe a bordo da frota de linha de mão, que é uma frota recente, dos últimos 10 anos, mas que ainda tem uma baixa qualidade do peixe em função das condições de manipulação, acomodação e armazenagem a bordo. São problemas que podem ser resolvidos rapidamente, desde que se haja uma ação mais efetiva e pode não só melhorar a qualidade da matéria-prima capturada nessa frota, mas também verticalizar a produção, agregando valor e exportando produto acabado para o mundo todo. Esse, do ponto de vista da frota de atum, a tuneira, é fundamental”, pontuou.

Gerar valor agregado aos produtos exportados para o Rio Grande do Norte também é uma das práticas defendidas para que haja maior atratividade no mercado internacional. “Em vez de exportar como uma commodity, como matéria-prima, exportar o produto já acabado. Isso aumenta vertiginosamente as exportações no que se refere ao atum, no caso”, defendeu o presidente do Sindipesca.

OLHO NA EUROPA. Há anos o Brasil não exporta pescados para a Europa. De acordo com Calzavara, o País precisa se adequar sanitariamente e voltar ao mercado visto como crucial para o pescado brasileiro.

“Isso seria fundamental, não só para os atuns, para os swordfish, para os grandes migradores, que é o que a gente pesca, mas, também, principalmente, para o camarão, o camarão precisa ter essa vertente. E, também, na pesca extrativa, a exportação de outras espécies, capturadas a maior profundidade, onde o mercado é principalmente a União Europeia. Então, é fundamental que a gente consiga reabrir o mercado europeu, para que a gente possa aumentar as exportações do Rio Grande do Norte”, disse.

Privatização de Terminal vai mudar patamar da atividade no RN, diz ministro

O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, voltou a garantir nesta quarta-feira 29 que o leilão de privatização do Terminal Público Pesqueiro de Natal será realizado no primeiro semestre de 2024. O ministro já havia feito essa promessa em 13 de novembro, quando visitou o Estado e foi recepcionado pela governadora Fátima Bezerra (PT).

As declarações desta quarta- -feira foram dadas pelo ministro em participação no “Bom Dia Ministro”, programa realizado pela Secretaria de Comunicação da Presidência em parceria com rádios de todo o Brasil.

“Dos que já conheço, o Terminal Pesqueiro de Natal é o que está em melhor estado de conservação. Pode ser utilizado na medida que a gente tiver sucesso, e vamos ter, no leilão que devemos promover no começo do ano que vem. Há sempre o risco de que o leilão dê deserto, mas eu quero tranquilizar. Conversamos muito com os empresários que atuam no setor e há muitos grupos que, de forma muito clara, manifestam interesse de participar do leilão que será feito. Não tenho dúvida de que, no primeiro semestre do ano que vem, nós vamos ter o leilão e nós vamos ter sucesso”, afirmou André de Paula, ao ser questionado pelo jornalista Tiago Rebolo, do AGORA RN e da 98 FM Natal.

AgoraRN

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