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“Situação crítica exige medidas urgentes, especialmente na reestruturação das UPAs”, alerta Sindicato sobre superlotação

UPA Cidade da Esperança Natal RN (29)
Secretaria municipal de Saúde reconhece aumento na procura neste verão - Foto: José Aldenir / AGORA RN

Em Natal, as Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) têm enfrentado, segundo a própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal, um significativo aumento na procura, resultando em extensos períodos de espera para atendimento; situação que tem se repetido com frequência no sistema de saúde pública da capital. Recentemente, a imprensa repercutiu os relatos de usuários que reclamam, por exemplo, de esperar por mais de oito horas na UPA do Satélite, na Zona Sul.

Para Érica Galvão, uma das diretoras do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), essa superlotação é persistente e piora ainda mais nesse período mais quente do ano em que as arboviroses aumentam. Segundo a diretora, outro fator que contribui para a alta demanda é a estrutura destas unidades que estão extremamente sucateadas, com dimensionamento de pessoal abaixo do mínimo necessário. Bem como, a prefeitura que possui um concurso vigente e não convoca os profissionais.

“Há mais de seis anos, a cidade de Natal enfrenta uma crise na gestão de saúde, marcada pelo desrespeito ao dimensionamento mínimo de profissionais e pelo enxugamento do quadro para reduzir os custos da folha de pagamento. O problema se agrava com a aposentadoria e falecimento de profissionais, sem a devida reposição, resultando em dezenas de reclamações da população.”, afirmou.

A situação crítica exige medidas urgentes, especialmente na reestruturação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), de acordo com Galvão. É necessário o aumento do quadro de recursos humanos, por meio de uma ampla convocação do cadastro de reserva do concurso de 2018, abrangendo todas as áreas profissionais.

Em nota, a SMS informou “que foi registrado uma demanda maior na última semana para atendimentos nos serviços de urgência e emergência do município, o que acarretou um tempo de espera maior para pacientes em situações menos graves, como pacientes que apresentam casos leves para síndromes gripais, por exemplo, que tiveram uma grande procura nos serviços.”

Conforme a pasta, os serviços também registraram a presença de pacientes oriundos de outros municípios que procuram os locais para atendimento, o que também corrobora para o aumento do tempo de espera para atendimento na unidade. A SMS enfatizou que as unidades que atendem situações de urgência e emergência – como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e pronto-socorro do Hospital dos Pescadores, por exemplo –, passam por ciclos de demanda e procura variados por parte dos usuários de saúde, assim como os demais serviços que prestam esse atendimento em todo o país.

Hospital Municipal de Natal

Além disso, Érica Galvão explicou que a reabertura do Hospital Municipal de Natal é uma demanda urgente, com a recomposição dos leitos de retaguarda e Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Para a diretora do sindicato, a alegação de que a obra em andamento não tranquiliza a população, que sofre com a falta de estrutura. Enquanto isso, segundo ela, as UPAs se encontram sobrecarregadas, misturando diferentes tipos de atendimento, desde pediátrico e psiquiátrico até casos clínicos e emergências.

“A falta de leitos para internações prolongadas é evidente, pois a cidade não possui um hospital municipal funcional. O fechamento do hospital municipal sem a construção efetiva do substituto anunciado pelo prefeito é alvo de críticas do Sindsaúde, da população e do próprio Conselho Municipal de Saúde.”, enfatizou.

Natal se vê em uma situação ímpar, sendo a única capital do país sem um hospital municipal geral. O Hospital Municipal de Natal está em fase de construção, atualmente, a obra encontra-se em andamento, com 11% de conclusão, focada na finalização da parte estrutural. O hospital está sendo erguido na Avenida Prefeito Omar O’Grady, no bairro Pitimbu, em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cidade Satélite, em terreno próprio. A Prefeitura municipal informou que o hospital tem previsão para iniciar suas operações ainda em 2024.

“A população de Natal cobra soluções desde as últimas duas gestões de Álvaro Dias, e a falta de ações concretas aumenta a preocupação com o acesso à saúde na cidade. O momento exige uma resposta imediata das autoridades para evitar a perpetuação dessa crise e garantir atendimento digno à população.”, disse a diretora.

Quando procurar a UPA?

A secretaria ainda reforçou que o público que deve procurar os serviços das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são pessoas que apresentem casos como de febre alta acima de 39ºC; fraturas e cortes com pouco sangramento; parada cardíaca; infarto (dor no peito); derrame (AVC); queda com torção e dor intensa ou suspeita de fratura; reação alérgica grave; mordida de animais; acidente de carro/moto; cólicas renais; falta de ar intensa; crises convulsivas; ferimento por arma de fogo ou objeto cortante; dores fortes no peito; vômito constante, queimaduras e tentativa de suicídio.

Segundo a SMS, o acolhimento nesses serviços preconiza os atendimentos em virtude dos graus de urgência os classificando em cores. Para os casos de emergência e risco de vida – identificados na cor vermelha – e casos urgentes – cor amarela –, os atendimentos são realizados de uma forma mais rápida e têm prioridade nos atendimentos. Já as cores verde e azul identificam os casos de urgência menor, que podem levar um espaço maior de tempo para receber atendimento. A avaliação da consulta ambulatorial acontecerá por ordem de chegada.

AgoraRN

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