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Inflação na Argentina chega a quase 300%, mas aumentos desaceleram

Homem recolhe comida em contêiner onde alimentos são descartados no Mercado Central de Buenos Aires
12/09/2023 REUTERS/Matias Baglietto
© REUTERS/MATIAS BAGLIETTO

Os preços na Argentina estão subindo, apesar dos sinais positivos de uma desaceleração, com a taxa de inflação anual do país provavelmente se aproximando de 300%.

Lojistas e consumidores dizem que, embora as leituras mensais da inflação tenham desacelerado desde o pico de mais de 25% em dezembro, a mudança ainda não foi totalmente sentida na prática.

O governo argentino vai divulgar os dados mais recentes nesta terça-feira. A taxa de inflação deve voltar a ficar abaixo de um dígito em abril, pela primeira vez em seis meses.

“Não importa o quanto a taxa de inflação caia, que é o que todo mundo diz, isso não se reflete aqui porque, veja bem, há itens que deveriam ter caído, mas não caíram”, disse Sandra Boluch, de 50 anos, vendedora de frutas e verduras em Buenos Aires.

Ela disse que sua loja foi forçada a aumentar os salários dos funcionários porque os aluguéis aumentaram, enquanto os custos dos insumos, como sacolas plásticas, subiram, tudo isso repercutindo nos preços das cenouras e maçãs.

“Esses [preços] aumentam muito e depois isso se reflete em outro lugar. Onde? Na mercadoria”, disse ela. “O transporte é mais caro, o preço do diesel sobe, tudo sobe. Portanto, não importa o quanto tentemos reduzir os preços, não podemos.”

O governo do presidente Javier Milei, que herdou grande crise econômica, tem exaltado seu sucesso na redução da inflação mensal.O índice tem diminuído neste ano desde que ele assumiu o cargo em 10 de dezembro e desvalorizou drasticamente o peso, desencadeando um aumento inicial da inflação.

Milei tem incentivado dura campanha de austeridade, com cortes de custos e procurado absorver a liquidez do mercado, o que foi bem aceito pelos investidores, ajudou a impulsionar a posição fiscal do governo e impulsionou uma recuperação das ações e dos títulos.

“Ele gerou um choque de austeridade monetária, parou de injetar pesos na economia e deu um forte sinal de austeridade fiscal”, disse Eugenio Mari, economista-chefe da consultoria Libertad y Progreso.

Essa solução também atingiu duramente os salários e a atividade econômica, embora Mari tenha dito que as coisas devem melhorar.

“Uma queda acentuada nos salários reais implica queda na demanda agregada, no consumo e, obviamente, na atividade econômica. Mas o interessante é que agora, com a queda da inflação, a porta está aberta para a recuperação dos salários reais.”

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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