Em entrevista nesta segunda-feira (19) ao programa Cidade Alerta, da 102,7 FM, em Caicó/RN, o delegado Erick Gomes, titular da Deicor, disse que o homem preso na manhã de sábado (17), na zona rural de Alexandria/RN, identificado como Camilo Cassimiro, o “Camilo Bobado”, confirmou que o arsenal bélico encontrado com ele iria ser usado para o resgate de presos.
A empreitada criminosa ocorreria no Pavilhão 5, chamado de Rogério Coutinho Madruga, na Penitenciária Estadual de Alcaçuz. A Polícia Civil não divulgou mais detalhes.
O delegado disse ainda que a quadrilha, atualmente chefiada por “Camilo Bombado”, há alguns anos. “A Polícia Civil estava a procura do Camilo há cerca de 3 anos. O nosso último embate resultou na apreensão de 5 fuzis, 3 escopetas de calibre 12, 9 coletes, além de dezenas de artefatos explosivos e mais 3 mil munições de fuzis. Isso foi em fevereiro de 2019. Infelizmente, ele conseguiu escapar. Posteriormente, a gente foi identificando os demais integrantes da quadrilha“, relatou.
Em janeiro de 2021, na Paraíba, foi localizado o então chefe do grupo, o Alan Deivison, que morreu em confronto com os policiais da Deicor. No mesmo dia, também morreu, o homem identificado como “Ansinho”, que segundo informações, era o “terror” de São Paulo do Potengi. Os dois juntos, tinham 15 mandados de prisão em aberto pela prática de crimes diversos.
“No dia deste confronto, nós conseguimos encontrar, um metralhadora ponto 50, usada, por exemplo, para explodir carros-fortes. A gente estava no encalço do Camilo, pois ele assumiu o comando do grupo depois da morte do Alan Deivison“, disse.
Sobre a operação que culminou com a prisão de “Camilo Bombado” e de “Alan Capacete” no sábado (17), o delegado Erick Gomes disse que teve o apoio da equipe da Delegacia de Alexandria e da Delegacia de Roubos e Furtos de Campina Grande/PB.
A violência empregada nas ações pelo bando comandando por Camilo Bombado, era extrema. Para se ter uma ideia, no 14 de outubro de 2020, eles tentaram assaltar duas agências bancárias em São Paulo do Potengi/RN e lá, usaram muito explosivo chegando a destruir os prédios. Ao mesmo tempo, parte da quadrilha atacou o prédio onde funcionava a Delegacia de Polícia Civil e a Polícia Militar. Foram efetuados mais de 650 tiros de fuzil na faixada.
Na empreitada, cerca de 27 criminosos agiram nas mais diversas funções, sitiando a cidade, explodindo os dois bancos, atendo fogo em carros, metralhando prédios públicos. Desses, a Deicor já conseguiu prender, 11.
Quando perguntado a respeito do resgate aos presos, Camilo Bombado, confirmou à Polícia Civil que os cerca de 20 quilos de material explosivo encontrados em seu poder, seriam para derrubar os muros da unidade prisional. “A ideia deles era arrebentar tudo e correr quem (presos) tivesse disposição. Ele não deu os nomes de quem seria resgatado“, afirmou.
Entre o material apreendido em poder do Camilo Bombado, estavam 3 mil munições de calibre diversos usadas por forças de segurança de todo o país. A Polícia Civil tenta rastrear cada lote para identificar a origem e a forma como chegou nas mãos do bando.
