Como parte da programação das comemorações dos 50 anos da instituição no Rio Grande do Norte, o Sebrae iniciou na manhã desta quarta-feira (20) um ciclo de palestras denominado Insigths!, que teve a primeira palestra sobre Inteligência Artificial, ministrada pelo consultor Walter Longo, renomado especialista em inovação, que destacou como a Inteligência Artificial (IA) está moldando os negócios. O evento, realizado no auditório do Sebrae, contou com a participação da diretoria executiva, de colaboradores da instituição, credenciados e convidados. Walter Longo foi apresentado pelo diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto. Também participou do evento, o diretor técnico João Hélio Cavalcanti.

Walter Longo destacou que é preciso dar sentido a vida das pessoas e mostrar que elas são donas do seu próprio destino, que podem empreender em milhões de oportunidades que estão surgindo é atualmente uma missão estratégica do Sebrae para contribuir com as mudanças no país, decorrentes do empreendedorismo. A Inteligência Artificial, segundo Longo, deve ser celebrada e não temida pela sociedade e, principalmente, por donos de negócios. “Nós temos que abraçar a IA e capacitar cada empreendedor e mostrar que ferramentas podem tornar a vida dele mais fácil e o seu negócio mais competitivo. Ao invés de se chamar Inteligência Artificial deveria ser Inteligência Aumentada”, afirma o consultor.

Na visão de Walter Longo, toda a tecnologia disponível na atualidade, de alguma forma, equalizou as diferenças que anteriormente eram exorbitantes entre uma grande e uma pequena empresa. No passado, todas as empresas pequenas não conseguiam competir com uma grande empresa, porque esta tinha mais acesso ao crédito e informação, inclusive alcance ao mercado onde desejava vender seus produtos.

“O que a gente assiste hoje, após a chegada da tecnologia, sobretudo o mundo digital, é quase que o contrário: empresas grandes estão querendo atuar mais como pequenas e as pequenas disputam o mercado em pé de igualdade com as grandes”, observa.

Visão do dono da empresa

Walter Longo lembra que as pequenas empresas têm acesso à informações abundantes, propiciadas pelo mundo digital. “O que sustenta hoje uma empresa pequena é a visão do dono da empresa, do que sua capacidade de crescer ou de evoluir. Exemplo disso, é uma empresa instalada em Alphaville, São Paulo, chamada Brazilian Bikini, que vende moda praia para 60 países. A equipe é composta pelo marido, a mulher e cinco costureiras.

O empresário criou um site na internet, compra palavras-chave no Google e coloca seu material, e se alguém da Ilha de Sumatra, na Indonésia, ou de Nova Iorque quiser comprar um biquine, faz a encomenda e ele coloca na caixa de Sedex e manda. Há 15 anos, esse mesmo empresário estaria vendendo no máximo para a região de Alphaville ou no máximo em São Paulo. O que podemos concluir é que a tecnologia equalizou e terraplenou o chão competitivo e a partir dessa terraplenagem, a empresa pequena disputa em pé de igualdade com empresas de qualquer tamanho”, exemplifica.

Walter Longo enfatizou que o mundo digital rompeu todas as barreiras e a única barreira que existe é a barreira mental do próprio empreendedor. “As empresas pequenas têm todo o acesso à Inteligência Artificial, tanto quanto as empresas grandes. A Inteligência Artificial oferece milhares de ferramentas para qualquer tempo de atividade que se queira realizar. Inclusive, a maioria delas gratuitamente ou a um baixo custo”, afirma Longo, lembrando que sempre que surge alguma tecnologia, acaba substituindo alguns empregos.

“Quando se implanta um bilhete único no sistema de transporte, substitui o cobrador do ônibus. A tecnologia nos elevadores substituiu os ascensoristas. Mas daqui pra frente nenhum homem vai ser melhor do que uma máquina, mas nenhuma máquina vai ser melhor do que o homem com uma máquina. Ou seja, o processo é de adição e não de substituição”, diz Longo, enfatizando que a tecnologia não veio para gerar desemprego, mas sim reduzir trabalho.