O PL no Rio Grande do Norte perdeu oficialmente seu deputado federal mais votado em 2022: João Maia, que foi o grande impulsionador do crescimento do partido no RN desde 2005, quando reestruturou a legenda e conseguiu formar um time forte. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) André Ramos Tavares acatou pedido do deputado e reconheceu a “existência de justa causa para sua desfiliação do Partido Liberal (PL) sem a perda do cargo de deputado federal conquistado nas eleições de 2022”.

João deixa o PL após romper com o senador Rogério Marinho (PL) e passar a integrar a base do Governo Lula na Câmara dos Deputados.

Em novembro, o PP precisará renovar seu diretório estadual. Atual presidente, o ex-deputado Beto Rosado fez um acordo com João Maia e vai ser o vice-presidente. João será o comandante da sigla. O grupo da ex-governadora Rosalba Ciarlini também ficará no partido. João conversou com o ex-deputado Carlos Augusto Rosado e acertou os detalhes. Não é descartada a hipótese de Beto Rosado concorrer à Prefeitura de Mossoró. O projeto de Beto em 2026 será ser candidato a deputado.

Lideranças ligadas a João Maia já preparam a saída do PL: os prefeitos de Felipe Guerra- Salomão Gomes, Galinhos- Irmão Naldo, Goianinha – Nira, Japi- Simone Silva, Lagoa d’Anta- João Paulo Lopes, Ouro Branco – Samuel Souto, Riacho de Santana – Dr. Cássio, São Fernando- Genilson Maia, São Rafael – Reno Marinho, Senador Elói de Souza – Maciel Gomes, Serra do Mel- Bibiano, Tenente Laurentino Cruz – Inácio Macedo, Upanema – Renan Mendonça, e de Messias Targino – Shirley, esta esposa de João Maia. Prefeitos de municípios importantes, como Emídio Júnior (Macaíba) e André Rodrigues (Monte Alegre), ligados ao deputado estadual Kleber Rodrigues (PSDB), também irão para outra sigla. Emídio deu sinais de que acompanhará João no PP. André Rodrigues já foi para o MDB. Também sairão alguns vice-prefeitos.

Fim da vigência

O PL terá grandes perdas no interior. Para se ter noção, nenhum prefeito quer concorrer à reeleição pela legenda bolsonarista, já que essa polarização não beneficia nenhum candidato de extrema direita. Outro ponto é saber que, caso reeleito ou eleito, o prefeito do PL não será bem tratado pelo Palácio do Planalto, já que o partido é o maior arqui-inimigo do presidente Lula da Silva (PT). As comissões provisórias que restam no partido de Rogério têm fim de prazo até fevereiro próximo. As convenções serão em agosto.

Recursos

O ex-senador José Agripino Maia continua usando os deputados federais Paulinho Freire e Benes Leocádio para mostrar força em Brasília. Nesta semana, Agripino esteve com os prefeitos Álvaro Dias (Natal) e Allyson Bezerra (Mossoró) para pedir recursos e liberações de obras ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), articulador do Governo Lula no Congresso Nacional. Agripino e os dois prefeitos são adversários do PT local e têm dificuldades em liberar recursos ainda deixados pelo senador Rogério Marinho quando era ministro do Governo Bolsonaro.

Elo

Aliás, o prefeito Álvaro Dias encontrou um novo elo para se ligar ao Governo Lula. Filiado ao Republicanos, do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (SP), Álvaro também anda contando com o líder do partido no Congresso, o paraibano Hugo Motta. “Um correligionário que tem nos ajudado bastante com pleitos do interesse da cidade de Natal”, fez questão de escrever Álvaro Dias sem detalhar os projetos e futuras liberações. O prefeito de Natal sabe que a turma do PT não gosta de quem tem “acesso livre” na Esplanada dos Ministérios.

Mulher

O Poder Judiciário Potiguar ganhou mais uma mulher entre os seus 15 membros titulares. Ontem, todos os desembargadores do Tribunal de Justiça acompanharam o voto do presidente da Corte, Amílcar Maia, e aprovaram a magistrada Berenice Capuxú como nova desembargadora. Ela nasceu em Caicó e cursou Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a formatura no ano de 1982. Com 69 anos, ela fica desembargadora até completar os 75, data que a Constituição exige aposentadoria pela compulsória.

Clima

O governador em exercício Walter Alves (MDB) fez a abertura ontem da 5ª Conferência Brasileira de Mudança do Clima, no Idema-RN. O evento contou com a participação de representantes de vários estados para discutir a abordagem territorial da Caatinga, litoral e Mata Atlântica; investimentos verdes e licenciamento ambiental; transição energética e oportunidades de descarbonização; e os compromissos do Acordo de Paris. Walter terá uma agenda em Brasília antes de entregar o governo a Fátima Bezerra (PT), no domingo.

Energias renováveis

Em Madri, a governadora Fátima Bezerra assinou ontem o memorando de entendimento com a Acciona Nordex Green, em parceria no projeto de desenvolvimento de empreendimentos na área de energia solar, eólica e hidrogênio verde. “É o RN tomando a frente na produção de energia limpa, gerando empregos e desenvolvimento sustentável! Sigamos!”, disse a governadora. O Rio Grande do Norte é o estado com maior potência em operação no cenário nacional de energia eólica, com 6,86 gigawatts (gW) de potência fiscalizada, o que representa 28,9% de toda a geração de energia eólica do Brasil.

Harmonia?

Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL) afirmou que os Poderes da República precisam se manter dentro dos limites constitucionais e disse ter “absoluta certeza” de que o Congresso Nacional os obedece. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem defendido que ministro do Supremo tenham mandato, além de que seja elevada a idade mínima para ingresso na Corte. Pacheco, que já se manifestou anteriormente favorável a essas propostas, afirmou que, após o presidente Lula (PT) indicar o substituto de Rosa Weber, o Senado pode começar a discutir o assunto.

Ação

Sob o comando do senador Davi Alcolumbre, a CCJ do Senado aprovou ontem, em votação relâmpago, a proposta que estabelece novas regras e limita poderes do STF sobre pedidos de vista, declarações de inconstitucionalidade de atos do Congresso e concessão de liminares. A discussão e aprovação da proposta durou apenas 40 segundos no colegiado. Nenhum senador, tanto do governo quanto da oposição, quis debater ou questionar o texto relatado pelo senador bolsonarista Esperidião Amin.

Efeito

Em reação às iniciativas do Congresso Nacional de criar mandatos e de restringir decisões individuais do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso disse ontem que não é hora de fazer mudanças na corte. “Pessoalmente, acho que o Supremo (…) talvez seja uma das instituições que melhor serviu ao Brasil na preservação da democracia. Não está em hora de se mexer”, afirmou Barroso, que é o presidente do Supremo.