Arleide Ótica topo
Categorias
Pesquisar

Motoristas se sentem ameaçados por flanelinhas na Árvore de Mirassol: “fiquei com medo”

Ponto Turístico, Árvore de Mirassol tem trazido clima de ameaças causados por flanelinhas que atuam na região - Foto: Joana Lima / Prefeitura de Natal
Ponto Turístico, Árvore de Mirassol tem trazido clima de ameaças causados por flanelinhas que atuam na região - Foto: Joana Lima / Prefeitura de Natal

Acesa desde o dia 1º de dezembro, a Árvore de Mirassol, localizada na Zona Sul de Natal, recebe comentários negativos por causa de uma prática nada nova: a extorsão, por parte de alguns flanelinhas, a natalenses e turistas que resolvem estacionar na região. Conforme relatos coletados pelo Agora RN nesta segunda-feira, 11, potiguares estão se sentem amedrontados a ponto de deixar de ir ao ponto turístico. 

Conforme lei prevista no Artigo 158 do Código Penal, “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa” garante pena com reclusão de quatro a 10 anos, além de multa. 

O autônomo Washington Junior disse ser uma das vítimas. Ele foi recentemente fazer uma visita à Árvore de Mirassol com a família e se sentiu ameaçado por um flanelinha. “[Estava] eu e minhas filhas. Saí do carro, travei o carro. Aí lá de longe, escutei um… ‘aí patrão 15 conto, viu?!’ (…). Aí disse a ele, amigo, preciso não, meu carro tem seguro. Aí ele respondeu dizendo que era melhor pagar o valor, pois ‘poderia acontecer algo’”, conta.

Cartões de cobrança apreendidos pela Guarda Municipal de Natal com flanelinhas. Foto: GMN/Reprodução.
Cartões de cobrança apreendidos pela Guarda Municipal de Natal com flanelinhas. Foto: GMN/Reprodução.

Washington conta que se estressou na hora, mas respirou por estar junto das filhas. “Enfim, o pessoal lá, está ‘meio que’ obrigando você a pagar para não ter confusão. Tentaram me cobrar R$ 15”, disse. Ele ainda relata não ter pagado o valor, mas se sentiu amedrontado. “Graças a Deus não fizeram nada, mas fiquei com medo que fizessem”, diz. O autônomo ainda conta ter visto muitos policiais militares pela região.

Árvore de Mirassol passa a ser evitada

A situação tem feito pessoas evitarem ir à Árvore de Mirassol, como conta um relato de uma mulher que pediu para ter a identidade preservada nesta reportagem.

“Eu fui estacionar em uma vaga em via pública e o rapaz me abordou. Me entregou um papel dizendo que custava R$ 30 a vaga. Eu disse que não ia pagar. Disse que morava aqui em Natal mesmo, não era turista. Avisei que ia chamar a PM. Juntou mais dois [flanelinhas] perto de mim. A PM e a guarda vieram. Eles foram embora. E eu acabei nem indo mais para a Árvore. Perdi a vontade. Em outro dia, em que eu estava trabalhando, várias mulheres passavam por mim relatando o mesmo episódio. Sendo ameaçadas por eles. Sempre mulheres sozinhas ou idosos. Aquilo foi me dando uma raiva, sabe? Chamei novamente a PM. Eles vieram. Os caras foram saindo de mansinho”, relata.

De acordo com a Prefeitura de Natal, a responsável pelo policiamento ostensivo na região é a Guarda Municipal de Natal. De acordo com a assessoria de imprensa, a instituição tem encontrado casos de extorsão na região e orientado os flanelinhas para evitar a prática. 

WhatsApp Image 2023 12 11 at 16.47.58 (2)
Guarda Municipal de Natal orientando flanelinhas. Foto: GMN/Reprodução.

Desde o acendimento da Árvore, denúncias de cidadãos estão sendo identificadas. Inclusive, foram encontrados “cartões de cobrança” distribuídos pelos flanelinhas. “Em um primeiro momento, orientamos, no entanto, caso persistam e sejam flagrados na prática abusiva, serão conduzidos perante a autoridade policial para os devidos procedimentos”, conta. 

“Estamos trabalhando para coibir práticas abusivas de ocupação do espaço público e extorsões. Intensificamos o patrulhamento na área e estamos orientando os flanelinhas. Estamos aqui para fazer cumprir as leis e não vamos admitir essas práticas abusivas contra os cidadãos”, conta o órgão. 

Procurada pelo Agora RN, a assessoria da Polícia Civil alegou não ter recebido nenhum Boletim de Ocorrência registrado sobre este tipo de prática. O órgão orienta aos cidadãos que, caso esta situação ocorra, o motorista registre o BO, identifique o flanelinha e, se partir para violência, ligue 190.

AgoraRN

Arleide ÓTICA
Pesquisar
Categorias
WhatsApp
Canal YouTube