Clientes de uma clínica de estética em Fortaleza denunciaram que foram filmadas nuas ou seminuas, sem consentimento, pela proprietária do estabelecimento, Val Silveira, no bairro Messejana. As vítimas viram suas imagens indevidamente expostas nas redes sociais e registraram a denúncia.
A influencer digital, Beth Campêlo, uma das vítimas, relatou em suas redes sociais que era cliente da clínica há aproximadamente quatro anos e nunca imaginou passar por tal exposição.
“Era o meu momento de relaxar e eu nunca imaginei que a Val faria isso, nunca mesmo, nunca imaginei. Teve um momento que eu meio que notei (que Val filmava), aí ela já meio que justificou: ‘Amiga, eu bati só uma foto para acompanhar teu resultado’”, declarou Beth em seu perfil.
Val Silveira, em seu depoimento à polícia, alegou ser alvo de uma quadrilha que instalou aplicativos para controlar seu celular, afirmando que os criminosos fizeram as filmagens sem seu conhecimento.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará está investigando a denúncia de crime contra a dignidade sexual em ambiente virtual, conforme relatado pelas clientes que tiveram suas imagens íntimas vazadas.
Beth Campêlo ressaltou que não tinha como ela e as outras mulheres saberem que estavam sendo gravadas, já que Val fingia estar mandando áudio. Em seu vídeo, Beth se aproxima e diz: “Amiga, olha esse meu sinal”.
Ela expressou sua revolta, indignação e decepção com a situação, mas afirmou estar indo trabalhar. Sobre Val, complementou:
“Estou bem, inclusive estou indo trabalhar. Ela [Val] se vitimiza tanto, ela tem postado que é vítima, que tem gente que acha que ela está sendo perseguida”.
Versão da dona da clínica
Val Silveira, a proprietária da clínica, compartilhou também com o g1 o boletim de ocorrência em uma entrevista. Segundo ela, estava envolvida em um relacionamento virtual com um suposto empresário de São Paulo, e ambos tinham agendado um encontro presencial em Fortaleza em novembro.
No referido encontro, o homem não apareceu, enviando, em vez disso, um grupo de pessoas que teriam roubado seus celulares e anunciado que assumiriam o controle de sua clínica. Entre esse episódio e a indevida divulgação das imagens, ela afirma ter sido extorquida em aproximadamente R$ 10 mil.
Conforme consta no boletim de ocorrência, ela relata que o grupo instalou aplicativos para controlar seu celular e realizou filmagens sem o seu consentimento.
Entretanto, em uma conversa com o g1 na tarde de terça-feira (12), a dona da clínica contradisse sua versão anterior, afirmando que ela mesma havia feito as gravações, mas estava sendo coagida pelo grupo a filmar as clientes e que desconhecia o propósito que dariam às imagens.
Ela acrescentou que o grupo vinha controlando suas redes sociais há algum tempo e que a publicação dos vídeos teve início após ela descumprir as ordens recebidas.
*Com informações do G1.
AgoraRN
