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PF apreende celular de Carlos Bolsonaro em operação que investiga ‘Abin paralela’

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Carlos Bolsonaro em discurso na Câmara Municipal do Rio de Janeiro - Foto: Renan Olaz / CMRJ

A Polícia Federal realizou nesta segunda-feira 29 novas diligências no bojo da investigação sobre suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência no governo Jair Bolsonaro. Um dos alvos da apuração é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A suspeita é que o filho 02′ do ex-presidente teria recebido informações da suposta “Abin paralela”.

A operação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.

A PF foi às ruas na manhã desta segunda para vasculhar endereços no Rio de Janeiro (5), Angra dos Reis (1), Brasília (1), Formosa (GO-1) e Salvador (1). A nova etapa do inquérito mira o “grupo político” vinculado aos servidores da Abin sob suspeita. A PF quer identificar os “principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente”.

Além de Carlos Bolsonaro, são citados na investigação: Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos na Câmara de Vereadores do Rio; Priscila Pereira e Silva, assessora de Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Câmara dos Deputados; e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército cedido a Abin.
Ao longo das diligências a PF apreendeu computadores, diversos celulares e uma arma. Na casa de Giancarlo, em Salvador, foi apreendido um notebook da Abin. A mulher do militar é servidora da agência.

Um dos endereços onde houve buscas foi uma casa em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde Jair Bolsonaro realizou uma live nas redes sociais no domingo 28. O ex-presidente e os filhos estavam no local durante a manhã e deixaram a casa de barco antes da chegada dos policiais. A defesa diz que a família tinha ido pescar. Ninguém foi alvo de mandado de prisão.

Jair Bolsonaro nega que Carlos tenha pedido informações para Abin e fala em ‘perseguição’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que Carlos Bolsonaro e os outros filhos políticos tenham pedido informações para Alexandre Ramagem (PL), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em entrevista à CNN Brasil, o ex-chefe do Executivo disse que não recebeu qualquer informação ou relatório da agência e falou em “perseguição claríssima” contra ele e os filhos. “Jamais meu filho pediria algo que não é legal para o Ramagem”, afirmou o ex-presidente.

O ex-presidente disse ainda que nunca buscou informações “de quem quer que seja”. “Eu gostaria de saber o que foi informado pelo Ramagem de volta. Obviamente, nos órgãos do governo, é comum as pessoas fazerem questionamentos. O que foi perguntado? Se é o andamento de um processo, não tem problema nenhum. Se é interferência, é outra questão. O que foi informado pelo delegado Ramagem? O que estava sendo investigado nesse processo, parece que é de 2020 essa mensagem? Que processo é esse? O que estava sendo investigado? Eu nunca busquei colher dados de quem quer que seja para me defender”, disse.

Mensagens enviadas por uma assessora de Carlos Bolsonaro o colocaram no centro da investigação da PF sobre o esquema de espionagem ilegal que teria sido montado na Abin durante o governo Bolsonaro. Luciana Almeida pediu a uma assessora de Ramagem, na época diretor da Abin, informações sobre dois inquéritos de interesse da família Bolsonaro.

“Estou precisando muito de uma ajuda”, escreve Luciana à auxiliar de Ramagem ao informar o número das investigações e indicar que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

Segundo a PF, o filho do ex-presidente e o então diretor da Abin conversavam por meio das assessoras para evitar deixar “vestígios”. Carlos ainda não se manifestou sobre a investigação.

O ex-presidente negou que tenha recebido “qualquer informação ou relatório da agência de inteligência”. “Eu raramente tinha contato com a Abin. Nunca recebi informação, localização geográfica, de quem quer que seja. Nunca precisei disso. Não pedi e não tive qualquer relatório da Abin”, afirmou Bolsonaro.

Abin paralela era célula de contrainteligência clandestina no governo Bolsonaro, afirma PF

A Polícia Federal (PF) acredita que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) infiltrados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) faziam parte de um grupo mais amplo responsável por uma espécie de serviço clandestino de “contrainteligência”.

“A organização criminosa identificada na Abin era, potencialmente, uma das células de organização criminosa de maior amplitude, cuja tarefa primordial era realizar a ‘contrainteligência’ de Estado”, afirma o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, na decisão que autorizou novas buscas nesta segunda-feira 29 na investigação.

Os investigadores afirmam ter encontrado indícios de que, além da espionagem ilegal de desafetos e adversários políticos, os sistemas de inteligência do Estado podem ter sido usados para conseguir informações sobre investigações sigilosas da Polícia Federal.

Uma conversa recuperada pela PF no celular do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, mostra que uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) pediu informações sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro. A servidora diz a uma auxiliar de Ramagem que precisa “muito de uma ajuda”, informa o número das investigações e acrescenta que elas envolveriam o “PR (presidente da República) e 3 filhos”.

Para a PF, as mensagens confirmam que aliados de Bolsonaro tinham acesso direito ao ex-diretor da Abin e usavam o canal para conseguir informações sigilosas e sobre “ações não totalmente esclarecidas”.

AgoraRN

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