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A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, durante coletiva de imprensa em Moscou, Rússia.
© Maxim Shemetov/Reuters/Direitos reservados

O governo venezuelano criou uma Alta Comissão de Estado contra o Fascismo e o Neofascismo, anunciou nesta segunda-feira (25) a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, na rede social X.

“O presidente Nicolás Maduro decidiu criar a comissão para apresentar à Assembleia Nacional [onde detém maioria] um projeto de lei contra o fascismo e todas as expressões neofascistas”, disse Delcy.

Ela explicou que a decisão é uma resposta “aos atos de violência que o país viveu em 2014, 2015 e 2017” [anos em que se registraram amplos protestos da oposição no país, por diferentes motivos e durante os quais vários venezuelanos foram assassinados].

“É também resposta às graves consequências para a economia, a soberania e a integridade territorial do país, comprometidas por fatores extremistas que tomaram o Parlamento venezuelano em 2015 [quando a oposição obteve maioria parlamentar], a fim de despojar a Venezuela dos seus recursos e criar desestabilização interna”.

A vice-presidente venezuelana explicou ainda que a decisão levou “em consideração a situação internacional, cuja paz e estabilidade estão ameaçadas por expressões neofascistas que se instalam nos centros de poder ao serviço do norte global”.

“Nem o fascismo nem o neonazismo passarão na Venezuela”, afirmou.

O anúncio da criação do grupo ocorre um dia antes de terminar o prazo de formalização de candidaturas para as eleições presidenciais de 28 de julho.

A oposição venezuelana denunciou hoje um bloqueio no site da autoridade eleitoral, que impede o registro de Corina Yoris, a substituta de Maria Corina Machado, para concorrer nas eleições presidenciais contra o atual presidente Nicolás Maduro.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos da oposição, afirma não ter conseguido acesso à página especial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Não funcionaram o nome de utilizador e a palavra-passe que lhe foram repassadas.

“Mais de 54 horas se passaram desde o início do período de inscrição sem acesso ao sistema de nomeação da dra. Corina Yoris”, disse a PUD no X.

“Nada nem ninguém nos afastará do caminho eleitoral para alcançar a mudança para a Venezuela, com a força do voto da maioria”, afirmou a plataforma da oposição venezuelana.

Maria Corina Machado, favorita nas pesquisas, foi indicada como candidata da PUD depois de vencer as eleições primárias em outubro de 2023, mas foi privada do seu direito de ocupar cargos públicos durante 15 anos. Na sexta-feira, nomeou como substituta Corina Yoris, filósofa e professora universitária.

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do governo) deverá apresentar nesta candidatura de Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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